Já a Cavalhada de São José Operário de Honório Bicalho, é definida historicamente por seus próprios organizadores da seguinte maneira:
A Cavalhada surgiu no final do primeiro milênio depois de Cristo, a partir da luta entre mouros e cristãos. A Cavalhada de São José Operário do distrito de Honório Bicalho, em Nova Lima, integra as manifestações nas quais há representação cênica com personagens determinados e vestes características.
A Cavalhada de São José Operário, que homenageia o Santo Padroeiro do distrito de Honório Bicalho, é apresentada desde 1957, simultaneamente com a dramatização, os torneios e o enfoque religioso.
Esta manifestação é originária da Espanha, que mantém semelhante tradição desde o século XVI. A Cavalhada de São José Operário é um Folguedo Popular Tradicional de rara beleza que merece ser visto por todos. Há uma incerteza na data de início da Cavalhada em Honório Bicalho. Enquanto alguns documentos citam o ano de 1954, a exemplo do trabalho realizado em conjunto pela Secretaria de Cultura de Nova Lima, com a Comissão Mineira de Folclore, outros marcam o início em 1957. Esta data é a mais aceita, já que ao retrocedermos 62 anos (em 2019 realizou-se a 62ª Cavalhada de São José Operário de Honório Bicalho), chegaremos ao ano de 1957. O certo é que um grupo de moradores, por iniciativa do Sr. Benedito Ferreira de Matos, Sr. Zico, fundou a Associação da Cavalhada. Um manuscrito histórico registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos, de Aloísio Sales Wardi, na data de 03 de janeiro de 1989, apresenta os motivos e as influências para a fundação da Cavalhada de Honório Bicalho, se referindo também ao ano de 1957. O documento de fundação da Cavalhada de São José Operário de Honório Bicalho relata a participação de vinte e seis pessoas, com destaque para o senhor Benedito Ferreira Matos e sua esposa, Dona Julinha, que no dia 28 de julho de 1957, se reuniram na igreja de São José Operário para deliberarem sobre a criação da associação. O documento complementa que “E logo em seguida nesta mesma data, tomaram assento nos bancos no interior da Igreja antiga em Assembleia geral extraordinária todos os cavaleiros e outras pessoas interessadas em corridas e ali realizaram a eleição, que formou a sua primeira diretoria.”61 Elegeu-se, portanto, a diretoria e um conselho deliberativo, “para juntos harmoniosamente administrarem os destinos e funções da Cavalhada; folclore regional para fins sociais, religiosos, culturais e lazer”.62 No mesmo documento, nomeou-se todos os fundadores: João Estanislau, Benedito Ferreira de Matos (presidente), José Maria, Luiz de Lima Bento; José Alves (carreiro), Ailton Campos, José Arcênio Perdigão, Osvaldo Silva, Afonso Vicente, José de Oliveira (rei), José de Oliveira da Silva (rei), Luci Carolina (Floripes), Antônio Marcelo (técnico das cavalhadas), Antônio Seabra, Raimundo Rodrigues Pedrosa, Augusto Barbosa, Vitalino Simões, Raul Pontes Perdigão, Domingos da Silva Rocha, Sebastião Soares, Edson Santiago, João Tomaz, Dimas Lucindo, Benedito Sirino Corrêa, Antônio de Paula, João Guilherme.